A língua da Bahia

Quem chega na Bahia muitas vezes se depara com palavras e expressões aparentemente desconhecidas, mas que parecem muito familiares por aqui. Isso acontece porque, assim como outros lugares do Brasil, a Bahia possui algumas diferenças linguísticas (a começar pelas letras do alfabeto) que ajudaram a consagrar expressões que se tornaram bem populares. Seguem alguns exemplos:

 

Abusar: Perturbar, encher o saco.

Aonde!: Não mesmo! (a entonação faz toda a diferença nesse caso)

Armengue: Improviso, gambiarra; pessoa ou coisa feia, mal-ajambrada. Não serve para pessoa

Barril; Breado: Horrivel; Má situação, situação complicada. Tirar Breado e colocar situação complicada.

Bó batê o baba: Chamar os amigos para uma partida de futebol.

Brocar: Se sair bem em algo, realizar algo com sucesso.

Bulir: Mexer, tocar

Chupa Molho: Carne de segunda com osso.

Cumê água, tomá uma: Ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica

De hoje a oito: Daqui a sete dias, em uma semana.

Deus é mais: Deus me livre

É nenhuma!; É niúma: Tudo bem.

Estava em Águas; Estava em água dura; Estava pra lá de Maracangalha: Estava muito bêbado.

Fazer a força: Remendar o pneu furado.

Ficar 3h horas de relógio esperando: Esperar 3h por alguém que se atrasou.

Gaia: Chifre.

Grafite: Lapiseira.

Guaraná: Qualquer refrigerante (Ex. Dê-me um guaraná de limão ai!).

Lapiseira: Apontador de lápis.

Massa!: legal! Jóia.

O reggae foi massa: A festa foi boa.

Ousadia: Impertinência, atrevimento.

Peba: chinfrim; não original; matuto; de má qualidade, ordinário.

Pilha: Lanterna.

Pipoca: salgadinho, geralmente de milho.

Pocar: Furar, estourar a bola ou o balão.

Porra!: Expressão de alegria, raiva ou surpresa ou admiração.

Quente-frio: Garrafa térmica

Retado: Zangado; muito bonito; boa praça; muito feio.

Sargaço: Algas marinhas.

Socorro: Estepe.

Sombreiro: Sombrinha de praia, guarda-sol.

Taquicêro: Taxista.

 

Todas as palavras e expressões aqui citadas foram retiradas do Dicionário de Baianês, escrito por Nivaldo Lariú, lançado em 1992 e recentemente publicado em sua 4ª edição, já tendo alcançado a marca de mais de 20 mil exemplares vendidos.

 

Salvador - Bahia

10 de junho de 2013 | Comentários fechados

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